" Era uma solene festividade dos hebreus, a qual durava oito dias, e era celebrada depois de se fazer a colheita do trigo e de se recolherem os frutos, sendo chamada a festa da Colheita dos Frutos. Era uma das três grandes solenidades, em que todas as crianças do sexo masculino eram obrigadas a apresentar-se diante do Senhor - e foi ela instituída para comemorar a bondade de Deus, que protegeu no deserto os filhos de israel, e os fez habitar em tendas ou barracas depois de terem deixado as terras egípcias. Durante a festa não se fazia trabalho algum. No primeiro dia da festa, o povo ia cortar ramos das mais belas árvores, com os seus frutos, igualmente ramos de palmeiras, os que estavam mais cheios de folhas, e ramos dos salgueiros, que cresciam nas margens dos ribeiros e levavam-nos e agitavam-nos, diz-se, na direção dos quatro cantos da terra, cantando certos cânticos. Chamavam também ""hosanoth"" a esses ramos, visto que, quando eram levados e movidos, o povo elevava a voz com as suas hosanas, como mais tarde aconteceu na ocasião em que Jesus fazia a Sua entrada em Jerusalém. o último dia da festa era o da grande hosana. Durante uma semana habitava o povo em tendas construídas de ramos, em memória de terem assim vivido após a sua saída do Egito (Lv 23.34 a 44 - Dt 31.10 a 13 - Ne 8.16 - Mt 21.8, 9 - Jo 7 - 8.12 a 20). Nos tempos do N.T., um sacerdote e um grupo de adoradores iam em procissão buscar água numa bilha de ouro, com a capacidade da quarta parte de um him, à fonte de Siloé, que tinha a sua origem em uma rocha perto do templo. Era esta água misturada com igual quantidade de vinho (Êx 29.40), e ofereciam-se libações (Lv 23.36,37), cantando o povo as palavras de isaías ‘com alegria tirareis águas das fontes da salvação’ - e derramava-se a água no sacrifício da tarde com alegres aclamações (Jo 7.37). Acendiam-se os candeeiros de ouro no átrio do templo na primeira noite, e, talvez, também nas outras noites da festa (Jo 8.12). Além disto, os sacerdotes subiam os degraus que separavam o Pátio das Mulheres do pátio interior, cantando os Salmos dos Degraus (Sl 120 a 134)."