O autor deste livro pode ter sido um tetraneto do rei Ezequias (1.1). Ele viveu no reinado de Josias (1.1), e certamente antes deste rei ter empreendido a reforma, conhecida pelo seu nome. o propósito do profeta foi avisar o povo contra as conseqüências do pecado, e preparar, assim, o caminho para a reforma. o que o livro encerra, pode ser resumido desta maneira: o primeiro capítulo contém uma acusação geral contra Judá, e contra todos aqueles que praticavam ritos idólatras, sendo condenado Baal e os seus sacerdotes Quemarim e Milcom (Moloque), e proclama pelo profeta a proximidade do grande ‘dia de indignação, dia de angústia’ (1.14,15). Há, aqui, uma evidente referência à invasão dos citas, que por este tempo enchiam a terra de terror. As regiões circunvizinhas, especialmente o país dos filisteus, foram devastadas, mas havia a esperança de que Jerusalém havia de ser poupada - e assim aconteceu (12), sendo, pois, adiada a catástrofe. o segundo capítulo prediz os diversos castigos em conexão com a grande invasão que haviam de sofrer os filisteus, e especialmente os habitantes da borda do mar (quereteus), os moabitas, os amonitas e os etíopes - e descreve em termos maravilhosamente exatos a desolação de Nínive. Estas profecias começaram a ter o seu cumprimento com as conquistas de Nabucodonosor. o resultado de tudo isto foi ser prestada a devida reverência ao Senhor, visto como estavam caindo em descrédito ‘os deuses da terra’. os pagãos haviam de prestar-lhe culto, ‘cada um do seu lugar’ (2.11) - e na última parte da profecia se descreve a sua nova crença, pois Lhe oferecem sacrifícios (3.10). No terceiro capítulo repreende Sofonias a cidade de Jerusalém, censura-a pelos seus pecados, e conclui com as mais animadoras promessas sobre a sua restauração futura, sobre a reunião das nações na igreja de Deus, e sobre a feliz condição do povo do Senhor nos últimos dias. o Dr. Keith observou a exatidão com que Sofonias, Amós, e Zacarias predizem o destino das quatro principais cidades da Filístia: Gaza, Ascalom, Asdode e Ecrom. Comparando entre si Am 1.6,7,8, Zc 9.5, e Sf 2.4 a 6, ver-se-á que a respeito de Gaza está escrito que sobre ela havia de vir a assolação, e lhe seria arrebatado o seu rei. Presentemente, entre ruínas de mármore branco, fazendo ver a sua primitiva magnificência, são algumas aldeias com casas de barro a única morada dos seus habitantes. De Ascalom e de Asdode está dito que haviam de ficar sem habitantes. E, na verdade, assim é. Gaza tem habitantes, mas Ascalom e Asdode já não existem, embora ainda se vejam as suas ruínas. Diferente foi o destino de Ecrom: ‘Será desarraigada’, diz a profecia. Até o seu verdadeiro nome se perdeu, e não se sabe o sítio onde estava. Na verdade, a profecia e a providência, as predições e os respectivos acontecimentos, são obra da mesma mão onipotente.