No segundo século, com o aumento de cristãos que falavam o siríaco, foi necessário traduzir as boas novas para esse idioma. Pelo visto, partes das Escrituras Gregas Cristãs foram traduzidas primeiro para o siríaco, não para o latim. Por volta do ano 170 EC, o escritor sírio Taciano (c. 120-173 EC), combinou os quatro Evangelhos canônicos e produziu, em grego ou siríaco, a obra Diatessaron (que significa “por meio dos quatro Evangelhos”). Mais tarde, o sírio Efrém (c. 310-373 EC) escreveu um comentário sobre essa obra, confirmando assim que ela era usada pelos cristãos sírios em geral. O Diatessaron é de grande interesse para nós hoje. Por quê? No século 19, alguns eruditos chegaram a afirmar que os Evangelhos haviam sido escritos durante o segundo século, entre 130 EC e 170 EC, e que por isso seus relatos sobre a vida de Jesus não podiam ser autênticos. No entanto, a descoberta de manuscritos antigos do Diatessaron provou que os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João já eram bem conhecidos na metade do segundo século. Por isso, eles devem ter sido escritos muito antes dessa época. Além disso, Taciano se baseou principalmente nos quatro Evangelhos, que tinham ampla aceitação, e não nos chamados evangelhos apócrifos. Assim, fica evidente que os evangelhos apócrifos não eram encarados como confiáveis ou exatos. Pesito siríaca do Pentateuco Pesito siríaca do Pentateuco, 464 EC, o segundo mais antigo manuscrito datado do texto bíblico No início do quinto século, uma tradução da Bíblia em siríaco passou a ser usada no norte da Mesopotâmia. Provavelmente produzida durante o segundo ou terceiro século EC, essa tradução incluía todos os livros da Bíblia, exceto 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Revelação (Apocalipse). Essa tradução é conhecida como Pesito, que significa “simples” ou “clara”. A Pesito é uma das mais antigas e importantes provas da transmissão do texto bíblico nos tempos antigos. É interessante que um dos manuscritos da Pesito contém uma data correspondente a 459/460 EC, o que faz dele o mais antigo manuscrito datado. Por volta de 508 EC, fez-se uma revisão da Pesito que incluiu os cinco livros que faltavam. Ela ficou conhecida como a Versão Filoxeniana.