Clemência, brandura e Bondade. A Igreja se corrompeu nesse quesito no século 14. Foi então que Lutero ficou indignado com a venda destas indulgências. Sabia que os homens não podem fazer barganhas com Deus. No outono de 1517, ele escreveu as suas famosas 95 teses, acusando a Igreja de abusos financeiros, doutrinais e religiosos. Queria incentivar uma reforma, não uma rebelião. Lutero enviou cópias das suas teses ao Arcebispo Albert, de Mainz, e a diversos eruditos. Muitos historiadores acham que a Reforma teve início em 1517, ou por volta daquele ano. Lutero não foi o único a lamentar as transgressões da Igreja. Cem anos antes, o reformador religioso, tcheco, Jan Hus, já havia condenado a venda de indulgências. Mesmo antes de Hus, John Wycliffe, da Inglaterra, havia mostrado que algumas das tradições da Igreja não eram bíblicas. Os contemporâneos de Lutero, Erasmo, de Roterdã, e Tyndale, da Inglaterra, argumentavam a favor de uma reforma. Mas graças à invenção da impressora com tipo móvel na Alemanha, por Johannes Gutenberg, a mensagem de Lutero teve um impacto maior e mais abrangente do que as declarações de outros reformadores. A impressora de Gutenberg, em Mainz, passou a funcionar em 1455. Por volta do fim do século, havia máquinas impressoras em 60 cidades alemãs e em mais 12 outros países europeus. Pela primeira vez na História, o público podia ser informado rapidamente sobre assuntos de interesse. As 95 teses de Lutero foram impressas e divulgadas talvez sem o seu consentimento. A questão da reforma da Igreja não era mais um assunto local. Tornou-se uma ampla controvérsia, e Martinho Lutero passou a ser de repente o homem mais famoso na Alemanha.