Grego: Escritos Sagrados O cânon das Escrituras Hebraicas era tradicionalmente dividido em três seções: a Lei, os Profetas e os Escritos, ou Hagiógrafos, contidos em 24 livros, conforme mostrado na tabela. Pela combinação adicional de Rute com Juízes, e Lamentações com Jeremias, algumas autoridades judaicas contam 22, o mesmo número que o das letras no alfabeto hebraico. Jerônimo, no seu prólogo dos livros de Samuel e Reis, embora parecendo favorecer a contagem de 22, disse: “Alguns incluiriam tanto Rute como Lamentações entre os Hagiógrafos . . . e assim obteriam vinte e quatro livros.” O historiador judaico Josefo, respondendo a opositores na sua obra Against Apion (Contra Apião, I, 38-40 [8]), por volta do ano 100 EC, confirma que até então o cânon das Escrituras Hebraicas há muito já estava estabelecido. Ele escreveu: “Não possuímos miríades de livros incoerentes, em conflito uns com os outros. Nossos livros, aqueles que são corretamente acreditados, são apenas dois e vinte, e contêm o registro de todos os tempos. Dentre estes, cinco são os livros de Moisés, abrangendo as leis e a história tradicional desde o nascimento do homem até a morte do legislador. . . . Desde a morte de Moisés até Artaxerxes, que sucedeu a Xerxes como rei da Pérsia, os profetas depois de Moisés escreveram a história dos eventos dos seus próprios tempos em treze livros. Os quatro livros remanescentes contêm hinos a Deus e preceitos para a conduta da vida humana.” A canonicidade de um livro, portanto, não depende inteiramente ou em parte de ter sido aceito ou rejeitado por algum concílio, uma comissão ou uma comunidade. A voz de tais homens não inspirados só tem valor como testemunha do que o próprio Deus já fizera por meio de seus representantes acreditados. O número exato dos livros nas Escrituras Hebraicas não é importante (quer dois deles tenham sido combinados ou deixados separados), nem o é determinada ordem em que se seguem um ao outro, visto que os livros permaneceram como rolos separados muito depois de se encerrar o cânon. Antigos catálogos variam na ordem em que os livros estão alistados, como, por exemplo, uma lista colocando Isaías depois do livro de Ezequiel. O que é de máxima importância, porém, é quais são os livros incluídos. Na realidade, apenas os livros que agora se encontram no cânon têm alguma reivindicação sólida de canonicidade. Desde os tempos antigos houve resistência aos esforços de incluir outros escritos. Dois conselhos judaicos realizados em Yavne ou Jâmnia, um pouco ao S de Jope, respectivamente por volta de 90 e 118 EC, ao considerar as Escrituras Hebraicas, expressamente excluíram todos os escritos apócrifos.