Esta epístola foi escrita durante o tempo em que Paulo esteve preso em Roma pela primeira vez, e foi, provavelmente, também por essa ocasião que ele escreveu as cartas dirigidas aos Efésios e a Filemom, sendo as três cartas mandadas pelos mesmos mensageiros, Tíquico e onésimo. Este último estava de volta à casa de seu senhor Filemom, residente em Colossos. Por conseqüência, devia ter sido escrita pelo ano 62. o seu objetivo é manifesto. A descrição da igreja feita por Epafras, o seu fundador, que tinha sido mandado pelos colossenses a Roma com o fim de confortar Paulo e dar-lhe informações da sua situação, era no seu todo satisfatória. Todavia, parece ter havido algum perigo nos ensinamentos dos falsos doutores que pretendiam harmonizar o Cristianismo com as especulações dos filósofos. Negavam a suprema dignidade de Cristo, atribuindo aos anjos não só a criação (1.16), mas também a obra mediadora de redenção entre Deus e o homem e além disso haviam introduzido na igreja o culto dos anjos (2.18). Há, também, claras referências à influência perturbadora dos mestres judaizantes e dos ascetas (2.16 - 3.11, 18,19). Corrigir e refutar os mencionados erros foi o fim desta epístola. Na sua exposição o Apóstolo faz-lhes ver que nem as especulações dos filósofos, nem as tradições humanas, nem as austeridades, poderiam levantar a alma acima dos atos grosseiros e habilitá-la a realizar propósitos invisíveis e eternos. Mas em Cristo há perfeita salvação: porquanto a fé Nele nos reconcilia com Deus, e, pondo-nos em relação com um Redentor celestial, guia os nossos pensamentos e desejos para assuntos superiores. o pensamento essencial da epístola é: ‘Cristo é tudo e em todos.’ Como na epístola aos Efésios, aparece aqui também o seu termo favorito ‘riquezas’, nestas e outras expressões: ‘a riqueza da glória deste mistério’ (1.27) - ‘toda riqueza da forte convicção’ (2.2) - e na forma adverbial ‘Habite ricamente em vós a palavra de Cristo’ (3.16). A semelhança entre esta epístola e a escrita aos Efésios mostra que tendências parecidas se manifestavam nas duas igrejas - e pode, também, atribuir-se a analogia ao fato de, sendo as duas epístolas enviadas pelo mesmo tempo, haverem naturalmente ocorrido as mesmas idéias e ainda as mesmas expressões. E, na verdade, as duas epístolas devem ser lidas juntamente. Uma é comentário da outra. Uma diferença, contudo, de tom enfático se nota nelas. São Paulo, levado pela controvérsia, sustenta com firmeza nesta epístola a natureza de Cristo e o que Ele é para com a Sua igreja - ao passo que na carta aos Efésios é explicada a unidade da igreja e o seu glorioso destino nos desígnios do seu divino fundador.