Os cestos da Palestina eram de muitas formas e tamanhos e na sua fabricação entravam vimes e muitos outros rebentos, bem como canas e ervas. Eram geralmente baixos - algumas vezes, porém, viam-se largos e fundos, com a competente tampa, servindo para armazenar objetos. os cabazes para levar gêneros sobre o costado do cavalo ou do burro eram algumas vezes feitos de vime. Um cesto de vime também se usava para levar refeições (Gn 40.16 - Êx 29.3 - Lv 8.2 - Jz 6.19). os cestos, a que se faz referência no milagre da alimentação dos 5.000 (Mt 14.20 - Mc 8.19), eram pequenos - os da alimentação dos 4.000 (Mt 15.37 e Mc 8.20), eram grandes. Foi num cesto desta última espécie que os discípulos desceram S. Paulo em Damasco (At 9.25). A palavra traduzida por cesto em 2 Rs 10.7 e Jr 24.2, significa realmente uma espécie de alcofa.

=== CESTO DE JUNCO Era um pequeno cesto, feito de junco, tornado estanque por meio de betume e piche. Na Bíblia, a expressão encontra- se apenas no caso do barquinho feito para conter o infante Moisés, e que foi posto a flutuar à superfície do rio Nilo, para proteger-lhe a vida. Ver a narrativa em Êxodo 2.3 ss. Nos tempos antigos, o junco medrava abundantemente às margens do Nilo e de outros rios, mas atualmente só se encontra no baixo rio Nilo. Sabemos que essa planta era usada na construção de pequenos botes (Is 18.2). Esse cesto de Moisés, bem como a arca de Noé, são chamados pelo mesmo vocábulo hebraico, tebah, o qual, mui provavelmente, é um termo emprestado do egípcio, de uma raiz que significa caixa ou esquife. Entretanto, a arca da aliança é chamada pelo termo hebraico aron. Alguns intérpretes têm destacado o sentido simbólico de ambas essas arcas (a de Moisés e a de Noé), que indicam segurança e proteção. (WAL) CESTO DE JUNCO, DE MOISÉS O mesmo vocábulo hebraico, tebhah, usado para indicar a arca de Noé, é empregado para indicar o cesto no qual Moisés fora colocado quando criança, para flutuar nas águas do Nilo. (Ver Êx 2.3). Faraó baixara ordens no sentido de que todos os meninos nascidos entre os judeus fossem afogados no rio, porquanto estavam se multiplicando e se fortalecendo mais do que os egípcios. Porém, as parteiras hebreias não obedeceram à ordem. Seguiu-se então severa repressão contra os israelitas. A mãe de Moisés, temendo que seu filho fosse descoberto e morto, pô-lo em um cesto de junco e deixou-o flutuar nas águas do Nilo, esperando que alguém descobrisse a criança e a poupasse, por providência de Deus. Esse cesto fora feito de junco, que cresce naturalmente nas margens daquele rio, tendo sido recoberto com betume e piche. Plínio informa- nos que embarcações notáveis por sua rapidez eram tecidas com juncos. Isso é aludido em Isaías 18.2. Alguns imaginam que esse cesto era uma miniatura da arca de Noé, mas isso é por demais imaginativo. Seja como for, evidentemente era um cesto fechado, porquanto foi necessário abri-lo. (Ver Êx 2.6). Somos informados queSargão I, fundador do império semi- ta da Babilônia, em cerca de 2400 a 2200 a.C., foi similarmente posto a flutuar, a fim de escapar de ser morto. A fé da mãe de Moisés foi recompensada, acima de tudo quanto ela poderia ter imaginado. Moisés foi recolhido pela filha de Faraó, foi criado na corte real. E, ao tornar-se adulto, bandeou-se para a causa dos israelitas, tendo sido o instrumento usado por Deus para o livramento de Israel da servidão aos egípcios.