==== CASUÍSTICA Aplicação de princípios morais e determinação do certo e do errado em casos particulares à luz de circunstâncias e de situação peculiares. A casuística se torna necessária por não ser possível estruturar ou expressar as regras morais gerais mais importantes para cada situação e em cada caso sem exceção. Busca a casuística, assim, aplicar a regra geral mais específica e diretamente relacionada à real situação moral. Isso deve ser visto positivamente, como meio de tornar a lei mais adequada, eliminando a obscuridade e a dúvida quanto à sua aplicação. No puritanismo, a casuística acompanhava o julgamento escrupuloso de “casos de consciência”. Infelizmente, porém, na história cristã, a casuística tem sido vista negativamente, proporcionando desculpas e permitindo exceções onde não deveriam acontecer, como, particularmente, entre os jesuítas no século XVII. Seu uso frequentemente sugere uma defesa capaz de justificar até o que é errado mediante um processo de raciocínio baseado em exceções. Assemelha-se, assim, de certa forma, à ética “situacional”. Teologicamente, porém, a casuística leva em consideração a natureza decaída do mundo e da humanidade e reconhece a complexidade das decisões morais. Para poder lidar com a ambigüidade e a finitude da existência humana, as pessoas necessitam de uma orientação moral dada de modo detalhado. (E. D. Cook, B.A., M.A., Ph.D., M.A., membro do Green College, Oxford; diretor do Whitefield Institute, Oxford, Inglaterra.) BIBLIOGRAFIA. J. C. Ford 8t G. Kelly, Contemporary Moral Theology, 2 vols. (Westminster, MD, 1958-1963); K. E. Kirk, Conscience and its Problems: An Introduction to Casuistry (London, 1927); P. Lehmann, Ethics in a Christian Context (London, 1963).