A palavra hebraica bi·ráh, traduzida “castelo” ou ‘forte’, ocorre apenas nos livros de Daniel, Ester, Crônicas e Neemias, que foram concluídos entre 536 e algum tempo depois de 443 AEC, após o exílio babilônico. — 1Cr 29:1 n.; 2Cr 17:12; Est 1:2 n. Escrevendo na linguagem dos seus dias, Esdras registra que Davi chamou o templo de Salomão de “castelo”, ao encorajar as pessoas a apoiar plenamente a sua construção. — 1Cr 29:1, 19. Neemias construiu um castelo ou fortaleza um pouco ao NO do templo reconstruído, direção em que o terreno adjacente era mais vulnerável. (Ne 2:8; 7:2) Evidentemente, esse castelo foi substituído pelos macabeus e reconstruído por Herodes, o Grande, que o chamou de Torre (Fortaleza) de Antônia. Foi ali que Paulo foi interrogado pelo comandante militar romano. — At 21:31
==== CASTELO Na Bíblia portuguesa há duas palavras hebraicas a considerar, bem como uma palavra grega, a saber: 1. Armom, palavra hebraica usada por 32 vezes (para exemplificar, Pv 18.19; lRs 16.18; SI 48.3; Is 23.13; Jr 6.5; Am 1.4; 6.8; Mq 5.6). 2. Bira- niyot, “cidadelas”. Palavra hebraica usada apenas por duas vezes: 2Crônicas 17.12; 27.4. Geralmente adjacentes a alguma fortaleza. 3. Púrgos, “castelo". Palavra grega usada por quatro vezes (Mt 21.33; Mc 12.1; Lc 13.4 e 14.28). Nossa versão portuguesa a traduz sempre por “torre”. A palavra portuguesa "castelo” deriva-se do termo latino castrum, "lugar fortificado”. Desde a antiguidade as cidades eram cercadas por muralhas. Uma aldeia ou vila não contava com tal proteção. Nas cidades fortificadas havia uma “cidadela”, geralmente ocupando a posição mais elevada e de mais difícil acesso. Daí derivou-se a ideia de “castelo”, já no império bizantino. A diferença entre a cidadela e o castelo é que a primeira servia somente a finalidades militares, como um último refúgio contra possíveis tropas inimigas, ao passo que o castelo já era uma construção de grande porte, que servia de residência de quartel, de armazém e de arsenal. Além disso, uma cidadela geralmente ficava no interior das muralhas de alguma cidade, enquanto que um castelo geralmente era cercado pelas cabanas humildes dos vassalos dos grandes senhores de terras. Em face de todas essas considerações, talvez fosse melhor traduzirmos aquelas palavras hebraicas envolvidas por “cidadela", pois, no Antigo Testamento, a rigor não havia "castelos", no sentido que costumamos dar-lhes, quando pensamos mais nas formidáveis fortificações do período feudal. Ver Silo, A torre de Davi.