As campainhas em forma de discos ou címbalos de metal eram instrumento muito antigo, ainda que a primeira menção que delas se faz na Escritura é do tempo de Moisés. No livro de Êxodo, 28.33, se diz a respeito do sumo sacerdote que as bordas inferiores do seu vestido deviam ser ornamentadas de campainhas de ouro, a fim de que a sua presença pudesse ser notada quando ele entrasse no Santo Lugar diante do Senhor, e quando saísse, para que não morresse. Uma campainha era, também, sinal de vitória, e no decorrer do tempo veio a fazer parte do equipamento de um cavalo de batalha. A este costume alude o profeta Zacarias, quando, ao anunciar a mudança que se devia operar na aceitação universal da verdadeira religião, ele diz: ‘Naquele dia será gravado nas campainhas dos cavalos: Santo ao Senhor’ (Zc 14.20). Era comum entre os pagãos o uso das campainhas nas suas cerimônias religiosas. Pensava-se que o som era bom para todas as espécies de expiação e purificação, tendo influência sobre as almas dos mortos. As campainhas eram também tocadas com o fim de exorcizar ou afugentar os demônios. Havia, igualmente, o costume, nalguns templos pagãos, de chamar o povo por meio de toques de campainha, para assistir ao sacrifício. Era isto feito regularmente pelos sacerdotes de Persefom em Atenas. Daí a origem das campainhas nas igrejas.
===== CAMPAINHA, SINO No hebraico temos duas palavras, paamom, “gongo”, e met- silloth, “campainha”. A primeira palavra é usada por sete vezes (por exemplo: Êx 28.33); e a segunda por uma vez só, em Zacarias 14.20. O gongo está ligado ao címbalo. Os gongos mais antigos, descobertos pela arqueologia, eram feitos de uma placa de metal encurvado para tomar forma oval, onde a percussão era feita ao mesmo tempo, nas duas extremidades. Havia vários modelos usados pelos assírios e chineses. Nas Escritoras. Havia pequenas campainhas de ouro, presas à borda da sobrepeliz dos trajes oficiais do sumo sacerdote dos israelitas. Essas campainhas tinham o propósito de anunciar seus movimentos ao povo, além de servirem de ornamento (Êx 28.33-35). Além disso, pode-se ler sobre os pequenos ornamentos que as mulheres de Israel usavam no pulso e nos tornozelos, a fim de atraírem a atenção (Is 3.16-18), uma prática condenada pelo profeta. No trecho de Zacarias 14.20, onde o original usa outra palavra, lê-se acerca das campainhas usadas pelos cavalos, quando do milênio, provavelmente feitas de peças côncavas de bronze. Talvez isso tivesse por motivo o adorno, ou então o fato das pessoas gostarem de ouvir sons agradáveis. Nessas campainhas havia esta inscrição: “Santo ao Senhor”, a mesma inscrição que havia na mitra do sumo sacerdote. Isso assim sucederá porque, durante o milênio, todas as coisas serão consagradas ao Senhor, que será o Rei de toda a terra. A arqueologia tem mostrado que os antigos assírios costumavam pôr campainhas nos pescoços dos cavalos. Sinos. O mais antigo sino do mundo, encontrado perto da cidade da Babilônia tem, calculadamente, mais de três mil anos. A literatura grega e romana fala em sinos desde Eurípedes (cerca de 484-407 a.C.). As pesquisas feitas pelos antiquários mostram que os sinos eram usados desde os tempos mais remotos. Layard, o escavador de Nínive, quando pesquisava em Ninrode, encontrou oito sinos de mão, feitos de bronze. Esta cidade foi destruída juntamente com Nínive, pelos medos, em 612 a.C. Até mesmo no Peru, nos túmulos antigos, têm sido encontrados sinos da era pré-incaica, isto é, antes de 500 a.C., quando teve início a era dos metais naquela região. O primeiro escritor cristão a referir-se a sinos, o que fez com certa frequência, foi Gregório de Tours, em cerca de 585 d.C. Ele afirma que os sinos eram tangidos ou sacudidos, e até fala de uma corda que era usada no tanger dos sinos. Mas foi Paulinus, bispo de Nola, em Compania, na Itália, que criou o sino similar a sua forma moderna (cerca de 400 d.C.). Em 752 d.C., o papa Estêvão III erigiu um campanário com três sinos. É possível que o nome campanário tenha levado Walafrido Es- trabão a dizer que os sinos são de origem italiana, da região de Campania, ideia em que equivocou-se, conforme temos visto. O maior sino que existe no mundo é o “Tsar Kolokol”, fundido em 1733. Esse sino tem 5,80 m de altura, 6,86 m de diâmetro e pesa 193 toneladas. Nunca foi tangido. Perdeu um pedaço de 11 toneladas, em um de seus lados, devido a um incêndio que causou sua queda. Os sinos postos à maior altura são os da torre da Metropolitan Life Insurance, em Nova Iorque, que podem ser ouvidos à distância recorde de 45 quilômetros. Ver o artigo sobre Instrumentos Musicais. (ND S UN EB)