קַיִן

QAYN

Qayin קין o mesmo que qayin קין (com um jogo de palavras sobre a afinidade qanah קנה

Hebraico: "adquirido ou forjado", "possessão"

  1. obter, adquirir, criar, comprar, possuir 1a) (Qal) 1a1) obter, adquirir, obter 1a1a) referindo-se a Deus que cria e redime o seu povo 1a1a1) possuidor 1a1b) referindo-se a Eva, adquirindo (um varão) 1a1c) referindo-se ao ato de adquirir conhecimento, sabedoria 1a2) comprar 1b) (Nifal) ser comprado 1c) (Hifil) levar a possuir

Caim é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, sendo o filho primogênito de Adão e Eva. Era um lavrador. Em hebraico, קַיִן, Caim significa lança, sendo que a sua transliteração seria Qayin. Este nome também é associado a uma outra forma verbal, Qanah, que pode significar obter ou provocar ciúme.

Algumas obras associam o nome com a expressão algo produzido. Após ter matado Abel, Caim teria partido para a terra da Fuga (Nod ou Node), ao leste do Éden, levando consigo a sua esposa, cujo nome não é mencionado na Bíblia. Após o nascimento de seu filho, Henoc (Enoque), Caim empenhou-se em construir uma cidade, dando-lhe o nome do seu filho.

Os descendentes de Caim são alistados em parte, e incluem homens que se distinguiram pela pecuária nômade, por tocarem instrumentos musicais, por forjarem ferramentas de metal, bem como alguns conhecidos por praticarem a poligamia e a violência. (Gênesis 4:17-24) Segundo a Bíblia, a descendência de Caim terminou com o Dilúvio dos dias de Noé.

Formas Verbais no Hebraico

São sete os בִּנְיָנִים (binyânîm), formações, construções ou derivações do verbo hebraico:

פָּעַל (קַל) – pā‘al ou qal – em geral, ativo simples, o sujeito executa a ação simples do verbo.

נִפְעַל – nif‘al – em geral, passivo simples, o sujeito sofre a ação simples do verbo.

פִּעֵל – pi‘êl – em geral, ativo intensivo, o sujeito executa a ação do verbo de forma intensiva.

פֻּעַל – pu‘al – em geral, passivo intensivo, o sujeito sofre a ação do verbo de forma intensiva.

הִתְפַּעֵל – hitpa‘êl – em geral, reflexivo ou recíproco, o sujeito executa e sofre a ação do verbo ao mesmo tempo.

הִפְעִיל – hif‘îl – em geral, ativo causativo, o sujeito causa a ação do verbo.

הֻפְעַל – huf‘al – em geral, passivo causativo, o sujeito sofre a causa da ação do verbo.

==== CAIM No hebraico, “lança” (?). Foi o filho mais velho de Adão e Eva (Gn 4.1). Tragicamente, foi o primogênito da raça humana, de acordo com a narrativa sobre a raça adâmica; e também foi o primeiro assassino e fratricida. Há algo de apropriado nas circunstâncias de que o homem de quem se diz ter sido o primeiro filho produzido pelo homem, também é descrito como o primeiro homem a ser um assassino. Essa narrativa simboliza a degeneração humana desde o princípio. Nada havia no meio ambiente de Caim que o tenha levado a matar seu irmão. O ato originou-se da maldade do íntimo. Muito erra a criminologia quando busca a causa dos crimes no meio ambiente adverso das pessoas, mas não a busca no íntimo pervertido do ser humano.

  1. Nome. Não há certeza alguma quanto à origem do nome “Caim”, embora pareça estar relacionado à forja de metais, como um “ferreiro"; outros preferem dar-lhe o sentido de “lança”; e, de acordo com a etimologia popular, “adquirir”. Outros ainda pensam em “inveja”. Aquisição (Gn 4.1) é a mais comum ideia entre os intérpretes.
  2. O Sacrifício. Adão e Eva cultivavam o solo; Abel era pastor de ovelhas. Caim também cultivava o solo. Os irmãos trouxeram suas ofertas a Deus. Caim as trouxe do fruto de seu trabalho no solo; e elas foram rejeitadas. Abel trouxe suas ofertas do rebanho; e elas foram aceitas por Deus. A maioria dos intérpretes vê nisso um prenuncio dos sacrifícios cruentos, e naturalmente, do sacrifício de Cristo. De conformidade com isso, a oferta de Caim representa o esforço próprio, o mérito humano que parece bom a nossos olhos, mas não é aceitável diante de Deus. Isso dá a entender a necessidade da justificação (vide) mediante a fé, com base na expiação de Cristo (vide). Não estão em foco apenas as ofertas de Caim e Abel, mas as próprias pessoas deles, pois lemos: Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou (Gn 4.4,5). Portanto, Deus, que lê os corações, viu as atitudes deles: a de Abel de autodesistência e confiança na expiação de outrem; a de Caim de autossuficiên- cia e de confiança própria.
  3. A Ira de Caim. A ira de Caim impeliu-o a matar. A enormidade de seu crime se vê no fato de que matou a seu próprio irmão. A ira é um dos pecados cardeais. Aparece na lista das obras da carne, na lista de Paulo, em Gálatas 5.20. A ira encon- tra-se na raiz de muitos atos irracionais, e quase sempre tem o egoísmo como sua base, e o ódio como sua motivação.
  4. O Crime de Caim. Embora repreendido por Deus, Caim resolveu dar vazão à sua maldade mediante um ato irracional de homicídio. Desde então, os homens têm satisfeito à sua vontade tirando a vida do próximo, o que mostra a extensão da queda. Quando Deus perguntou de Caim onde estava seu irmão, Abel, Caim indagou: Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão? (Gn 4.9). Essa pergunta de Caim, famosa desde então, usada em inúmeros contextos, mostra-nos a natureza egoísta de seu ato homicida. Pois, a lei do amor leva-nos a cuidar uns dos outros, como cuidamos, cada um, de nós mesmos. Negar que eu sou guardador de meu irmão é negar a essência da lei do amor. A voz de Abel clamava do solo. Isso demonstra que os atos pecaminosos não podem ser ocultados, pois apelam a Deus, pedindo vingança.
  5. O Castigo de Caim. De certo modo, Caim recebeu a primeira sentença perpétua. Ele seria objeto de ódio, e outros haveriam de querer tirar-lhe a vida. Porém, ele escaparia. Em lugar disso, foi pronunciada contra ele uma maldição divina. Ele se tornaria vagabundo e fugitivo à face da terra, pelo resto de seus dias, caçado e odiado pelos outros seres humanos.
  6. A Marca de Caim. Caim seria caçado pelos outros homens. Correria o risco permanente de ser morto. Deus, entretanto, não permitiria que ele fosse executado. Para garantir isso, foi posta uma marca em Caim, como se dissesse: Vede este homem. Não o matai! Não se sabe que marca seria essa. Alguns supõem que Deus deu-lhe coloração negra à pele, pelo que a marca seria forte carga de melanina. Porém, essa interpretação, além de ser mera especulação, só serve para fomentar preconceitos raciais. Esse sinal também poderia ser uma marca tribal, alguma espécie de tatuagem ou sinal que identificasse uma pessoa dentre um grupo particular, um costume que, mais tarde, tanto se viu no Oriente Médio. Outros compreendem que o sinal era a promessa de Deus de que ele não seria morto, em vez de suporem alguma marca física. Não há como determinar a questão, por ausência de maiores informes bíblicos.
  7. Posteriormente, Caim foi enviado à terra de Node (vagueação), onde ele edificou uma cidade e tornou-se o progenitor de uma numerosa familia, que se ocupou de muitas artes e ofícios. De acordo com as tradições, os primeiros residentes em tendas, metalúrgicos e músicos vieram da linhagem de Caim. Mas outras tradições antigas dizem que os deuses foram os originadores das artes e ofícios (vide).
  8. De onde Caim foi Buscar sua Esposa? Alguns críticos indagam assim, com escárnio, julgando haver encontrado uma séria discrepância no relato bíblico. É como se dissessem: se Adão e Eva geraram somente Caim, Abel e Sete, onde Caim encontrou esposa quando se retirou para a terra de Node? Esse tipo de objeção, além de exibir uma atitude cética para com os relatos sagrados, demonstra a ausência de um exame cuidadoso dos textos bíblicos por parte de tais críticos. A Bíblia não diz que Adão e Eva geraram somente aqueles três filhos homens. Caim, Abel e Sete foram apenas três dentre os muitos filhos do primeiro casal. Seus nomes são fornecidos por causa do relato expressivo que gira em torno deles, e nada mais. Lemosem Gênesis 5.4: Depois que gerou a Sete viveu Adão oitocentos anos. E teve fdhos e fdhas. Não há informação quanto ao número desses filhos e filhas, mas essa informação é suficiente para indicar que Caim levou consigo, para Node, uma de suas irmãs. E Sete, onde quer que tenha ficado, sem dúvida fez o mesmo. Não há nenhuma dificuldade para sabermos onde Caim arranjou esposa!
  9. Referências Neotestamentárias a Caim. a. Hebreus
    1. Pela fé, Abel ofereceu melhor sacrifício que o de Caim. Dentro do plano de Deus, Cristo ofereceu o sacrifício final e definitivo, que substituiu a todos os outros sacrifícios, sendo essa a mensagem central da epístola aos Hebreus. b. ljoão 3.12 é trecho que nos relembra o crime de Caim, seu ato homicida e o fato de que suas obras eram más, e as de seu irmão Abel, boas. c. Judas 11 alude ao caminho de Caim. Lemos ali que os mestres gnósticos seguem esse caminho. A literatura rabínica diz que o caminho de Caim caracteriza-se pela con- cupiscência, pela cobiça, pela autoindulgência e pela maligni- dade geral. Se juntarmos a isso a inveja e o ódio, parece que é isso o que tal caminho significa. Caim tornou-se um homem profundamente depravado. Ver Sabedoria de Salomão 10.3; Jubileus 4.1-5; Apocalipse de Moisés 3.2.(G I IB NTIS)

CAIM, CIDADE DE Era uma localidade nas terras baixas de Judá, mencionada juntamente com Zanoa, Gibeá, Timna etc., formando um total de dez cidades (Js 15.55-57). Tem sido identificada com a moderna Khirbet Yakin, a quase cinco quilômetros a sudeste de Hebrom.