Azeitona na Bíblia

As azeitonas nos tempos bíblicos eram colhidas, batendo a árvore, ou sacudindo-a (Dt 24:20); era destinada para os respigadores uma parte delas (Êx 23:11). Os gregos faziam a maza, uma espécie de mingau, do qual participava o azeite de oliveira.

As azeitonas, sem qualquer preparação prévia, serviam de alimento para os antigos. Para os israelitas, a azeitona e seu azeite revestiam-se de primária importância (ver Sl 39:31; Jr 31:12; 41.8; Lc 16:6 ss.).

O azeite era extraído, esmagando ou pisando o fruto (Êx 27:20 - J12.24 - Mq 6:15). Há referência ao uso da madeira de oliveira em 1 Rs 6:23 - e ainda se emprega na Palestina em obra de gabinete. Uma coisa tão conhecida era naturalmente empregada como símbolo.

Como era extraído o azeite da Azeitona?

As azeitonas eram espremidas à mão, pisadas, ou esmagadas em moinhos (Êx 27:20; 29:40; Lv 24:2; Nm 28:2). Uma boa oliveira pode produzir nada menos de 60 litros de azeite, anualmente. As azeitonas precisavam ser esmagadas com cuidado, para que o caroço não fosse partido, o que liberaria um líquido indesejável.

Para que o fruto produzisse bom óleo, a polpa deveria ser ensopada em água quente, e então ser espremida uma segunda vez. Se o processo fosse repetido, haveria mais algum azeite, embora de qualidade inferior. Então deixava-se o líquido em repouso, em uma jarra ou gamela, para que as impurezas se juntassem no fundo, por decantação.

Havia prensas comerciais de grandes dimensões, como aquelas sendo encontradas em Debir e Bete-Semes, em Judá, datadas dos séculos X e VI a.C. O azeite era esfregado no corpo quando a pessoa estava febril, ou era usado em banhos e na unção de ferimentos (Is 1:6 e Lc 10.34).

Josefo fala no uso de azeite quente, em banhos, para a cura de certas enfermidades. O azeite de oliveira era usado como um rito, na unção dos enfermos, no aguardo da prometida intervenção divina (ver Tg 5.14).

Significados e sentido espiritual de Azeitona na Bíblia

Um homem justo é comparado à oliveira por causa da sua verdura e da sua abundância (Sl 52.8 - os 14.6), e os seus filhos são descritos como ramos de oliveira (Sl 128.3). Elifaz diz dos maus: ‘E deixará cair a sua flor, como a oliveira’ (Jó 15.33), referindo-se à maneira como algumas vezes as flores caem abundantemente da árvore.

O fruto da oliveira, no seu estado silvestre, é pequeno e sem valor - mas torna-se bom e abundante quando na silvestre se enxerta um ramo de boa árvore. Paulo serve-se desta circunstância de um modo admirável para mostrar aos gentios os benefícios que haviam recebido do verdadeiro israel (Rm 11.17) - é contrário à natureza, diz ele, enxertar um ramo silvestre num tronco de boa árvore.