Qual o significado de Ancião na Bíblia?

O nome ancião foi gradualmente ganhando notoriedade a partir do N.T., por ser um termo aplicado aos mais idôneos da fé cristã e, por conseguinte, ainda assim, nas primitivas formas de governo, eram revestidos de autoridade aqueles que, sendo já pessoas de idade e de reconhecida experiência, podiam tomar a direção dos negócios gerais como representantes do povo.

O nome hebraico zaqen זקן é o termo usado para descrever um "ansião" no AT, e via de regra, pode ser traduzido como: "velho, ou "velho (referindo-se aos seres humanos)", tal como um "ancião (referindo-se aos que têm autoridade)"; desta forma, o nome ansião, pode indicar também: "barba, queixo, barba e até mesmo "queixo".

O ancião no Antigo Testamento

Apesar de grande força terminológica, a expressão ancião ganhou mais pulgancia no N.T, pois esta instituição não era, de maneira alguma, peculiar a israel: o Egito, Moabe e Midiã tinham os seus ‘anciãos’ (Gn 50.7 - Nm 22.7) - e de semelhante modo os gregos e os romanos.

Na história do povo hebreu aparecem eles pela primeira vez antes do Êxodo (Êx 3.16 a 18 - 4.29 - 12.21) - e depois são, a cada passo, mencionados como representantes da comunidade, sendo eles um meio de que se servia o povo para comunicar-se com os dirigentes da nação - Moisés e Josué, os juizes e Samuel.

Moisés, tendo sobre si o peso da administração da justiça, por conselho de Jetro, seu sogro, nomeou magistrados de vários graus de autoridade, delegando neles a resolução dos negócios, à exceção dos mais graves (Êx 18.13 a 26): pelo v. 12 é evidente que estes foram escolhidos dentre os ‘anciãos de israel’.

Acham-se exemplos destas funções judicativas em Dt 19.12 - 21.2 - 22.15 - 25.7 - Js 20.4 - Rt 4.2. O capítulo 11 do livro dos Números narra-nos como Moisés, dirigido por Deus, nomeou um conselho de setenta anciãos para o auxiliarem e aliviarem.

Como o Estado era essencialmente religioso, partilhavam os anciãos de israel do Espírito que estava em Moisés. Com este fato relaciona a tradição judaica a instituição do Sinédrio. Foram os anciãos de israel que pediram a Samuel que lhes desse um rei (1 Sm 8.6).

Para se conhecer qual a sua influência no tempo da monarquia, nós podemos fazer comparações nos livros de 2 Sm 3.17 - 6.3 - 17.4 - 1 Rs 8.1 - 12.6, etc. Depois do exílio, ainda continuaram a representar o povo (Ed 6.6,9 - 6.7,14 - 10.8).

O presbítero como ancião

Um ancião é um homem maduro, um presbítero, um bispo. Nas Escrituras, principalmente no Novo Testamento, refere-se principalmente a alguém que tem uma posição de autoridade e responsabilidade numa comunidade ou nação. No livro de Apocalipse, a palavra “anciãos” também é aplicada a criaturas celestiais.

A palavra grega presbýteros é traduzida “ancião” quando se refere aos responsáveis que exerciam liderança na congregação; notadamente, como visto acima, isso vá vigorava desdo A.T, tal como vemos nos textos a seguir: Êx 4:29; Pr 31:23; 1Tm 5:17; Ap 4:4.

Os 24 Anciãos do livro de apocalipse

Os 24 anciãos visto pelo apóstolo João teve uma visão do trono de Deus no céu, cercado por 24 tronos inferiores, nos quais estavam sentados 24 anciãos. Eles estavam trajados de vestes exteriores brancas e tendo coroa de ouro na cabeça. (Ap 4:1-4)

À medida que a visão continuava, João viu os 24 anciãos não só repetidas vezes prostrando-se em adoração diante do trono de Deus, mas também tomando parte nas diversas particularidades da visão, à medida que ela se desenrolava. Veja mais em Ap 4:9-11; 5:4-14; 7:9-17.

No antigo Israel, “anciãos de Israel” representavam a nação inteira e falavam por ela. (Êx 3:16; 19:7) Do mesmo modo, “anciãos” pode significar, ou representar, a inteira congregação do Israel espiritual.

Podemos apenas supor que os 24 anciãos sentados em tronos em volta de Deus podem muito bem representar o inteiro corpo de cristãos ungidos, os quais, mostrando-se fiéis até a morte, recebem a prometida recompensa duma ressurreição celestial e tronos perto daquele de Jeová. (Ap 3:21)

O número 24 também é significativo, porque este era o número de turmas em que o Rei Davi organizou os sacerdotes para servir no templo de Jerusalém. Os cristãos ungidos hão de ser um “sacerdócio real”. — 1Pe 2:9; 1Cr 24:1-19; Lu 1:5-23, 57-66; Re 20:6. Sobre serem 24 comentaristas, incluindo Barnes, Earle, Hinds, Scott e Wallace importantes salientam o seguinte:

(1) O número vinte e quatro não pode ser interpretado de forma alguma, além da visão aqui.

(2) A própria palavra “presbíteros” não se conecta com nada mais no céu ou na terra, exceto as dispensações judaicas e cristãs.

(3) O fato de os anciãos terem coroas sugere Mateus 19:28.

(4) Eles dizem que reinam na terra ( Apocalipse 5:10 ).

(5) A KJV em Apocalipse 5:9 os identifica com os redimidos da terra; e apesar deste versículo ter sido alterado em versões subsequentes, Seiss insiste enfaticamente que a KJV está correta, uma vez que "o manuscrito Sinaiticus a contém".

Veja outras significações sobre quem são esses anciãos? Eles foram identificados de várias maneiras como simbólicos de:

(1) A igreja "arrebatada" que supostamente já havia acontecido;

(2) Os vinte e quatro deuses estelares do panteão babilônico;

(3) No Targum os anciãos são interpretados como líderes do povo judeu;

(4) As vinte e quatro ordens sacerdotais enumeradas em 1 Crônicas 24:4

(5) Uma ordem especial de anjos, uma interpretação rejeitada por Lenski com base em que os anjos não são simbolizados em nenhum lugar no Apocalipse;

(6) Uma ordem de príncipes anjos chamados tronos em Colossenses 1:16.