Hebraico: ouvir de Deus ou nome de Deus Os dois livros de Samuel formavam, primitivamente, um só. Na versão dos LXX os livros de Samuel e os livros dos Reis foram considerados como constituindo uma só história, sendo os primeiros chamados respectivamente o Primeiro e o Segundo livro dos Reis. É incerta a sua autoria. os caps. 1 a 24 são atribuídos a Samuel, e também, em virtude do que se lê em 1 Cr 29.29, a Natã, o profeta, e a Gade, o vidente. E, por semelhantes referências às fontes (2 Cr 9.29 - 12.15 - 26.22), é provável que estes dois últimos fossem os autores das narrações respeitantes ao reinado de Davi (cp. com 1 Sm 22.5 - 2 Sm 7.2 a 17 - 12.1 - 24.11 a 14 - 1 Cr 21.11,12). outras possíveis fontes são ‘a história do rei Davi’ (1 Cr 27.24) - o livro dos Justos (2 Sm 1.18) - e a coleção, em que se descobre um forte elemento poético. o Cântico de Ana (1 Sm 2.2 a 10) é mais tarde desenvolvido no do Magnificat de Maria (Lc 1.46 a 55): profeticamente se refere a um rei que havia de vir, o ‘Ungido’, entrando deste modo na linha das passagens relativas ao Messias. Encontram-se nestes livros as elegias de Davi sobre a morte de Saul e de Jônatas, e sobre a de Abner (2 Sm l.17 a 27 - 3.33,34), mais aquela sua ode de triunfo sobre os seus inimigos (2 Sm 22 - Sl 18), e o último cântico do ‘mavioso salmista de israel’ (2 Sm 23.1 a 7). A matéria dos dois livros pode ser resumida da seguinte forma: 1º. Livro de Samuel. l. A conclusão dos tempos dos juizes, compreendendo o nascimento e a primeira fase da vida de Samuel - a maldade dos filhos de Eli, e a anunciação de ser julgada a família (1 a 3) - derrota dos israelitas - captura da arca - punição dos filisteus e livramento da arca (4 a 6) - arrependimento e livramento dos israelitas (7). 2. Principia a história da monarquia - o povo pede um rei (8) - designação e nomeação de Saul (9,10) - a vitória que Saul alcançou na guerra com os amonitas (11) - a fala que Samuel fez ao povo, resignando o seu cargo (12) - as guerras de Saul com os filisteus e amalequitas, a sua desobediência e rejeição (13 a 15). 3. Fim do reinado de Saul - e é designado Davi para ser rei. Um espaço de vinte a trinta anos separa esta parte do livro da precedente. A unção de Davi por Samuel (16) - a sua vitória na luta com Golias (17) - a perseguição que Saul lhe move, tendo ele de fugir para Ramá, Nobe, Gate, e Adulão (18 a 22.5) - a matança dos sacerdotes em Nobe (22.6 a 23) - Davi livra Queila, e retira-se para o deserto e para Gate (23 a 27) - os filisteus fazem novamente guerra aos israelitas - Saul e a pitonisa de En-Dor (28) - os príncipes dos filisteus despedem Davi, e este persegue os amalequitas (29,30) - os israelitas são derrotados pelos filisteus, morrendo no combate Saul e seus filhos (31). 2P Livro de Samuel. 1. os triunfos de Davi - e as suas lamentações a respeito de Saul e Jônatas (1) - é eleito rei, primeiramente de Judá, e depois é constituído rei de todo o povo de israel (2 a 4) - conquista da cidade de Jerusalém, e derrotas dos filisteus (5) - a condução da arca para Jerusalém (6) - o desejo que Davi tem de construir um templo, o pacto da misericórdia de Deus com ele, a sua oração, e ação de graças (7) - a subjugação dos filisteus, moabitas, sírios, amonitas, etc. (8 a 10). 2. As perturbações de Davi e as suas causas - o seu arrependimento e outros fatos - nestas descrições acha-se incluído o pecado de Davi a respeito de Urias, e a repreensão de Natã (11,12) - o pecado de Amnom, sendo este morto por Absalão (13) - rebelião de Absalão, terminando com a sua derrota e morte (14 a 19) - a revolta de Seba, e a sua repressão (20) - a vingança dos gibeonitas (21. 1 a 14) - batalhas com os filisteus (21.15 a 22) - salmo de Davi de ação de graças, e as suas últimas palavras (22, 23.1 a 7) - os seus principais homens de guerra (23.8 a 39) - a numeração do povo e subseqüente castigo, sua oração, e sacrifício (24).