FOGO: SEU SIGNIFICADO, USO E SIMBOLISMO NA BÍBLIA
Através das Escrituras Sagradas aprendemos tudo o que é necessário sobre o fogo. Devido a vasta relevância da palavra “fogo”, devemos saber em primeira mão que no hebraico nós temos cinco palavras utilizadas com esta representatividade e no grego, duas.
Qual o significado de Fogo na Bíblia?
O termo אֵשׁ é um dos termos usados fogo. Mas não é só isso, existem muitas palavras usadas para referir-se ao fogo nas escrituras, como poderemos ver adiante. Deus revelou a Sua presença na sarça ardente por meio do fogo (Êx 3.2), e desceu ao monte Sinai entre chamas e relâmpagos (Êx 19.18).
Aquele fogo que desceu do céu, primeiramente sobre o altar do tabernáculo, e mais tarde sobre o altar do templo de Salomão, quando da sua dedicação, ali se conservou constantemente alimentado, e cuidadosamente sustentado de dia e de noite pelos sacerdotes.
O fogo para fins sagrados, que não fosse obtido do altar, era chamado ‘fogo estranho’ - e por ser este usado por Nadabe e Abiú, foram estes sacerdotes mortos com fogo que veio de Deus (Lv 10.1,2 - Nm 3.4 - 26.61).
O emprego do fogo para fundir metais já era conhecido dos hebreus no tempo do Êxodo (32.24). Em dia de sábado nenhum lume se acendia para qualquer fim doméstico (Êx 35.3 - Nm 15.32 a 36). Os adoradores do deus Moloque, ou queimavam os seus filhos no fogo, ou os faziam passar por ele (2 Rs 16.3 - 21.6 - 2 Cr 33.6).
Qual Significado de Batismo com Fogo?
Existem grandes debates entre irmão profundamente piedosos sobre o tema do "Batismo com o Fogo"; enquanto reformados atribuem o fogo de mencionado em Mateus 3:11 como sendo um juízo de Deus que veria por meio de Cristo; outros, de linha armeniana defendem o comprimento da promessa em Atos 2, como sendo o derramentento do Espírito Santo.
Samebemos, igualmente que, embora as línguas se assemelhassem tanto ao fogo, temos que concordar que isso não pode ser chamado de batismo de fogo; "pois o contexto no Evangelho (Mateus 3:11) sugere que o batismo de fogo é o julgamento daqueles que rejeitam o Messias, e de fato isso fica claro com o restante do discurso: "a queima da palha com fogo inextinguível".
Batismo no Espírito Santo e no fogo! Tanto no Pentecostes quanto na casa de Cornélio foi recebido o batismo do Espírito (At 1:5; 2:4; 11:15,16). É significativo que judeus e gentios estejam representados nesses dois grupos e que não haja outros exemplos desse batismo no Novo Testamento.
Também é possível interpretar "batismo no Espírito" como uma referência à orientação e direção esmagadora do povo de Deus através do ofício do Santo Consolador. Nesse sentido, aplica-se a todos os crentes.
Pareçe ser razoavel crer que o Batismo no fogo provavelmente se refere à opressão dos ímpios no inferno. Isso se baseia no fato de que o termo "fogo" é o mesmo usado para a árvore infrutífera e para o joio nas grandes metáforas de João. McGarvey disse:
"É claro que os ímpios devem ser batizados no fogo, e o cumprimento da predição será realizado quando forem lançados no lago de fogo" (Apocalipse 21:8).
O Fogo do Espírito Santo é de Juízo ou de Poder?
O Fogo do Espírito Santo é um tema de grande debate entre as academias; principalmente por conta das diferentes interpretações dadas a fala de João a Jesus Cristo no momento de seu batismo, (Mateus 3:11), sobre isso já falamos acima.
Sobretudo, os eventos de Atos 2 de modo geral, são sugestivos das maravilhas que acompanharam a entrega da Lei (Êxodo 19:16), como a trombeta alta, a montanha fumegante, o terrível terremoto, a nuvem espessa e Deus descendo sobre o Sinai em fogo.
O regristo de Atos mostramos dois profundos simbolos: "Vento... e fogo..." - Mas crê-se que não havia vento, mas o som de um vento forte; e nenhum fogo, mas línguas semelhantes a fogo, no Pentecostes.
Apesar disso, vento e fogo são típicos e sugestivos do Espírito Santo. O Espírito é tipificado pelo vento que: (1) é gentil; (2) é poderoso; (3) é invisível ( Jo 3:8 ); (4) é o “sopro” da própria vida.
O fogo tipifica o Espírito Santo porque: (1) dá luz; (2) fornece calor; (3) purifica; e (4) é um emblema do próprio Deus (Hb 12:29), e nesta última qualidade representando o julgamento de Deus contra a maldade.
Que tais forças elementares da natureza se manifestaram tanto no Sinai quanto no Pentecostes é evidência, de que o "reino de poder e de graça é governado por um Deus". É também a prova de que o Deus da natureza e o Deus da fé religiosa são um e o mesmo.
07 Palavras Diferentes para Fogo na Bíblia
1. Fogo no Hebraico: Ur Ur: “luz”, “fogo” - A palavra “Ur” para a palavra “fogo” foi utilizada por cinco (5) vezes nos seguintes textos:
1. Is 24.15 “… glorificai vós o SENHOR nos fogos, ...”
2. Is 31.9 “… diz o SENHOR, cujo fogo está em Sião…”
3. Is 44.16 “Ele queima uma parte no fogo…”
4. Is 47.14 “…o fogo os queimará…”
5. Ez 5.2 “Tu queimarás com fogo uma terça parte…”
2. Fogo no Hebraico: Esh A palavra “Esh” também foi utilizada para representar a palavra “fogo”. Em todo o Antigo Testamento, a palavra Esh foi utilizada por trezentos e sessenta e quatro vezes (364) em 34 dos 39 livros sagrados que compõem o Primeiro Testamento e com certeza foi a mais utilizada.
3. Fogo no Hebraico e Aramaico: Eshshah A palavra Eshshah é utilizada por duas (2) vezes e é uma palavra tanto hebraica quanto aramaica:
1. Jer. 6.29 “…o chumbo foi consumido pelo fogo…”
2. Dan. 7.11 “…destruído e dado à chama ardente.”
4. Fogo no Hebraico: Beerah A palavra “Beerah” foi utilizada como fogo apenas uma (1) única vez no Antigo Testamento.
- Êxo 22.6 “…o que iniciou o fogo…” - esse texto mostra a palavra “fogo” duas vezes, mas apenas a segunda que é “Beerah”
5. Fogo no Aramaica: Nur A palavra Nur é um termo aramaico que aparece em Daniel 3.22, 24-27 e em Daniel 7.9 aparecendo pelo menos sete (7) vezes.
6. Fogo no Grega: Pur A palavra Pur é grega, significa fogo e aparece por setenta vezes (70) nos livros de Isaías, Joel, Mateus, Marcos, Atos, Tiago, Pedro e Apocalipse - exemplos: Mt 3.10-12; 7.19 e outros
7. Fogo no Grega: Purá A palavra Purá significa fogueira e aparece duas vezes em Atos 28.2,3
Para transmitir ou receber uma mensagem, as palavras são usadas com significados literais, simbolismos, alegorias e outras formas de expressão. Nas Escrituras Sagradas não é diferente. Quanto ao uso da palavra Fogo podemos destacar:
Espirito santo como Fogo, o Fogo de Deus
O Espirito Santo é comparado ao fogo (Mt 3.11 - At 2.3), sendo a sua obra converter e purificar as almas, inflamando-as de amor a Deus e de zelo pela Sua Glória. A Palavra de Deus é, também, apresentada como semelhante ao fogo (Jr 23.29). Empregam-se, além disso, os termos ‘fogo’ e ‘chama’, para exprimir vivos sentimentos e a inspiração divina, e descrever calamidades temporais e futuros castigos (Sl 66.12 - Jr 20.9 - Jl 2.30 - Ml 3.2 - Mt 25.41 - Mc 9.43).
O Uso Literal da Palavra Fogo
O “fogo” teve três usos mais comuns na vida dos primeiros hebreus: a). Cozinhar; b). Aquecer os ambientes, e c). Iluminar - (Ver Gn 18.6; Êx 12.9,39; Lv 2.14; Is 47.14; Jo 18.25; At 28.2; Lc 15.8; Mt 5.15). Logo surgiu também a necessidade de seu uso para trabalhar minérios brutos extraindo o metal para derreter-lo no fogo e criar formas de utensílios e armas de guerra Nm 31.22 ss; Ez 22.18-20 e outros;
Como eles acendiam o “Fogo”
A fricção de madeira sobre madeira fazendo o aquecimento era usado para irromper as chamas e foi o método a ser usado conforme hieróglifos egípcios e o outro meio era usar uma pederneira sobre pedaços de pirita de ferro e quando se conseguia o fogo, este era mantido por mais tempo possível aceso.
O uso Militar do Fogo
Não demorou muito para que a mente criativa maligna do homem o utilizasse em seus inimigos, pois, se bem aplicado o sofrimento intenso faria com que os adversários logo se rendessem. Para isso era usado “tochas inflamadas” jogas nas instalações dos inimigos. O próprio Gideão se utilizou dessa estratégia contra os midianitas (Jz 7.16). Podemos conferir nas Escrituras:
Incêndios que destruíram Jericó (Js 6.24; 8.19); as aldeias benjamins (Jz 20.48); quando os amalequitas foram sobre Ziclague (1Sm 30.1); Faraó contra Jazer (1Rs 9.16); Nabucodonozor sobre os Palácios e o Templo em Jerusalém (2Rs 25.9) e por aí a fora.
O Uso do Fogo Como Punição Capital:
Ai daqueles pegos em seus desvios sexuais, pois para eles sobravam a fogueira (Lv 20.14). Também os mortos em guerras eram queimados para evitar doenças (Js 7.25). E não podemos esquecer da pena descrita em Daniel 3.22,24 lançando servos de Deus na Fornalha de Fogo que foram salvos por um milagre.
O Fogo na Liturgia Religiosa:
No contexto religioso, não se podia acender fogo no dia de sábado (Êxo 16.23; 35.3), pois era reservado ao Senhor. Possivelmente, no dia anterior era acendido apenas o fogo para o aquecimento, iluminação e mantido aceso para que não se acendesse nesse dia, mas nada se cozinhava com ele.
Na adoração no Tabernáculo e depois no Templo, o Fogo era uma peça principal, porém este, não fora acendido pelo homem, mas tinha saído de diante do SENHOR acendendo o Altar - aqui neste lugar, o Fogo era Santo e Perpétuo. Nenhum fogo de qualquer outro lugar poderia acontecer ali sob pena de morte causada pelo próprio Deus, como aconteceu aos dois filhos mais velhos de Arão (Lv 10.1; Nm 3.4; 26.61).
Há mais de cem (100) citações do “Fogo” nos atos sagrados descritos em Levítico, Números e Deuteronômio e o “Fogo” queimando as ofertas e sacrifícios era um sinal da aprovação e aceitação do próprio Deus. Fora desse ambiente (Tabernáculo e Templo), há registros também desse mesmo “Fogo Santo” se manifestando (Lv 9.24); Davi (lCr 21.26); Salomão (2Cr 7.1) e Elias (lRs 18.38).
O Fogo Usado na Idolatria:
Não foi sem necessidade as advertências de Moisés (Dt 12.31; Lv 18.21), pois as nações pagãs também se utilizavam do Fogo para fazer sacrifício humanos - eles não poderiam ser imitados, instruiu Moisés. Mesmo com tal advertência, houve em Israel tamanha iniquidade (2Rs 16.3; 21.16; Is 30.33).
O Uso do Fogo na Teofania e na Pessoa Divina:
Há muitas referências associando a aparição de Deus ou seus mensageiros com o Fogo para representar uma ou mais aspectos dessa manifestação:
a) A aparição de Deus (Êx 3.2; 13.21,22; 19.18; Dt 4.11);
b) A glória e a presença de Deus (Ezequiel 1.4,13);
c) Representando a proteção (2Rs 6.17)
d) A Santidade de Deus (Dt 4.24);
e) Na pessoa do Espírito Santo (Mt 3.11; At 2.3)
f) O Juízo de Deus (Zc 13.9)
g) A ira de Deus devido ao pecado (Is 66.15,16)