" Os hebreus não tinham divisão do tempo em frações da hora. A noite estava dividida em três vigílias. Mas no N.T. acham-se mencionadas quatro (Mc 6.48 e 13.35), originando-se a idéia, provavelmente, dos romanos. A semana era um período de sete dias, que terminava no sábado. os dias da semana, a não ser sábado, parece não terem tido nome especial. o dia correspondente à sexta-feira, porém, era designado ‘dia da preparação’, isto é, a preparação para o sábado. os meses eram rigorosamente lunares, constando de 354 dias o ano de 12 meses - mas durante o exílio, e depois dele, um mês intercalar foi acrescentado, o ""veadar"", com o fim de completar com os onze dias de excesso o ano solar de 365 dias. o dia da lua nova era guardado como de festa sagrada. o primeiro mês é chamado abibe ou nisã, ‘o mês das espigas de trigo’, era o tempo em que estas estavam tão crescidas que no décimo-sexto dia, o segundo dia da Festa dos Pães Asmos, podiam ser oferecidas já maduras. isto fixa o princípio do ano nos meados de março. Acredita-se que o ano patriarcal fosse de 360 dias. Nas passagens históricas, desde o fato do Êxodo até ao tempo do cativeiro, o ano é lunar, constando de 354 dias. Era o princípio do ano, o primeiro dia do sétimo mês, em que havia uma especial santificação acima da santificação da ordinária lua nova. os antigos hebreus não dividiam o ano em estações certas: achamos menção do verão e do inverno, e também das estações em relação com a agricultura, como a da sementeira e a da ceifa. o ano sabático ocorria de sete em sete anos, como o sábado ocorria de sete em sete dias. Durante esse ano não se cultivava a terra. Havia, também, remissão temporária ou absoluta das dívidas. o ano sabático começava no sétimo mês. Passados sete anos sabáticos, ou o espaço de quarenta e nove anos, guardava-se o qüinquagésimo, que era o ano do jubileu. o jubileu chamava-se ‘o ano da trombeta’, porque o inicio do ano era anunciado ao som da trombeta no dia da expiação. Era um ano privilegiado, visto como nessa ocasião as dívidas eram perdoadas, as terras voltavam aos seus primitivos possuidores, e os escravos ficavam livres. Cronologia do Antigo Testamento. Antes do estabelecimento do reino, a cronologia é matéria de debate. 1. Período da História dos Reis. Para este período encontra-se a principal fonte de informações nas listas que a Escritura apresenta dos reis de israel e de Judá, estabelecendo-se a comparação com os anais dos impérios confinantes. As dificuldades do cômputo aparecem primeiramente pelo fato de que as duas séries de reinados diferem na totalidade dos anos - e, na verdade, os reinados de Judá, desde a morte de Salomão até à queda de Samaria, abrangem, segundo parece, o espaço de 259 anos, ao passo que os de israel, durante o mesmo período, não contam mais do que 241 anos. Diferentes interpretações se têm adotado para a explicação desta divergência: pensam uns que não foram registrados os intervalos de anarquia em israel - outros fazem ver que em Judá houve exemplos da associada soberania, de forma que os mesmos anos foram contados ao pai e ao filho. A segunda fonte de dificuldades ocasionais está no ajustamento dos anais das outras nações com a cronologia bíblica. Todavia, a despeito de aparentes discrepâncias, os resultados notavelmente confirmam e esclarecem o que se diz na Bíblia. os sincronismos da última parte deste período com conhecidas datas da história profana já tornam possível a indicação precisa do ano antes de Jesus Cristo. Dum modo especial deve notar-se aqui que certas particularidades sobre a maneira de contar são causa de dificuldades circunstanciais. a) Historiadores judeus, por exemplo, falam de certo reinado que, compreendendo um ano e parte de dois, é por eles considerado como sendo de três anos. ora, tanto podem ser dois anos e dez meses como um ano e dois meses. b) Algumas vezes eles fixam o principal número, omitindo o mais pequeno, como em Jz 20.35 (Vide *veja 46). c) Como acontecia freqüentes vezes, nas antigas monarquias, governarem os pais juntamente com os filhos, o tempo do reinado de cada um inclui, algumas vezes, o reinado do outro, e outras vezes o exclui. Diz-se, por exemplo, que Jotão reinou dezesseis anos (2 Rs 15.33) - todavia, no *veja 30 faz-se menção do seu vigésimo ano. Parece que, durante quatro anos, ele reinou com Uzias, que era leproso. Compare-se 2 Rs 13.1 a 10 e 24.8 com 2 Cr 36.9. De modo semelhante se pode explicar Dn 1.1 e Jr 25.1: Nabucodonosor era rei juntamente com seu pai quando Jerusalém foi cercada. d) Acontece também, não poucas vezes, que se adotam diferentes modos de contar com referência aos mesmos acontecimentos (*veja Gn 15.13 e Gl 3.17). Moisés fala de 400 anos desde o nascimento de isaque até ao Êxodo, ao passo que S. Paulo menciona 430 desde a vocação de Abraão até que a Lei foi dada no monte Sinai, fato este que ocorreu três meses depois do Êxodo. 2. Do Cativeiro ao Advento. o segundo período, compreendendo o tempo dos últimos profetas e encerramento do Cânon do Antigo Testamento e o intervalo antes do Advento, está definitivamente determinado pelos anais das várias nações. Acerca desta parte da cronologia não há, positivamente, dúvida alguma (*veja israel). Eras cronológicas. Deve-se acrescentar que, tendo em vista os sincronismos com a história profana no primeiro e segundo períodos, temos certas eras determinadas nos ‘Cânones’ seguintes: 1) Cânon Assiríaco Epônimo. Quatro anais diferentes foram descobertos, concordando entre si substancialmente, sendo as faltas de qualquer deles supridas pelos outros. os anos são contados pelos nomes dos dignitários anualmente nomeados, desde 893 até 669 antes de Jesus Cristo. A DATA conhecida de um eclipse total do Sol mencionado nestes anais (15 de junho, 763 a.C.) dá a chave do resto. 2) Em Babilônica de Nabonassar: 747 a.C. Nabonassar foi um rei de Babilônia, de quem nada mais se sabe do que o ter início no seu reinado o celebrado Cânon de Ptolomeu (um astrônomo egípcio do ii século da Era Cristã), o qual se prolonga desde 747 a.C. até 137 d.C. 3) As olimpíadas, ou períodos de quatro anos, que eram contados pelos gregos"