==== CIDADE BAIXA Essa é a tradução, em nossa versàò portuguesa, da palavra hebraica que aparece em Sofonias 1.10. O hebraico diz apenas mishneh, “segundo”. Os intérpretes, entretanto, pensam que isso significa “segundo distrito”, onde a palavra “distrito” fica entendida. (Ver também 2Rs 22.14 e 2Cr 34.22). Ali é dito que a profetisa Hulda habitava nesse segundo distrito da cidade de Jerusalém. Esse distrito ficava em um ângulo formado pela muralha ocidental do templo e pela antiga muralha norte da cidade. Posteriormente, foi incluído dentro da muralha construída por Neemias. Josefo nos dá a entender que esse distrito, que ele chamou Acra (ver Guerras i.1,4; 5,4 e 6.1), era, realmente, a parte mais baixa da cidade, embora contígua à colina onde estava edificado o templo. Acra é a transliteraçâo da palavra grega que significa “fortaleza’'. Essa fortaleza fora edificada por Antíoco Epifânio (168 a.C.). Nos dias de Simão Macabeu, náo somente a fortaleza foi arrasada, mas até mesmo a colina sobre a qual ela ficava foi nivelada (ver Josefo, Anti. xüi.6,7; Guerras v.4,1). Mas, no Antigo Testamento hebraico, a expressão “cidade baixa” nunca aparece, pois o nome que ali é dado a essa porção da cidade é “Cidade de Davi”. Portanto, o nome deve ter aparecido após o nivelamento daquela colina, nos dias dos macabeus. Isso significa que a versão portuguesa nos apresenta uma interpretação, e não uma tradução do texto hebraico. No seu sentido mais amplo, a “Cidade Baixa” incluía não somente aquela seção da cidade onde habitavam os mais abastados, mas também o trecho do vale do Tiropoeon, desde Siloé até à “Casa do Concilio”, que ficava perto da “primeira muralha”, a muralha norte da cidade, onde, sem dúvida, residiam muitos pobres de Jerusalém. Quanto a uma descrição mais completa sobre a topografia de Jerusalém, ver sobre Jerusalém, na seção sobre Topografia.