=== CAVERNA No hebraico temos duas palavras envolvidas, e, no grego, duas, a saber: 1. Chor, "buraco", palavra que figura por nove vezes (por exemplo: ISm 14.11; Jó 30.6; Is 11.8; Zc 14.12). 2. Mearah, “caverna aberta", palavra que figura por 39 vezes (para exemplificar: Gn 19.30; 23.9,11,17,19,20; Js 10.16; ISm 13.6; 2Sm 23.13; lRs 18.4,13; SI 57, título; Ez 33.27). 3. Mechilloth, “cavernas”. Palavra hebraica que ocorre por apenas uma vez, em Isaías 2.19. 4. Oré, “buraco", “abertura”. Palavra grega que figura por duas vezes, em Hebreus 11.38 e Tiago 3.11.5. Spélaion, “gruta”, “caverna”. Palavra grega que aparece por seis vezes (Mt 21.13; Mc 11.17; Lc 19.46; Jo 11.38; Hb 11. 38 eAp 6.15). A formação geológica da Síria-Palestina favorece enormemente a formação de cavernas. Ali, usualmente, as rochas são pedras calcárias de diferentes densidades. A água, ao atravessar as rochas, deixa aberturas e fissuras que se tornam cavernas. A camada inferior ou subsolo sirio, sendo formado por arenito, giz, basalto e sódio, favorece o aparecimento de cavernas. Em conseqüência, a região inteira tem muitas cavernas, algumas das quais de grandes dimensões. Estrabão referiu-se a uma caverna, perto de Damasco, onde podiam abrigar-se quatro mil homens. As cavernas formam-se imediatamente abaixo da camada freática, nas regiões onde a água mantém-se estável por muito tempo. Usualmente, as cavernas formam-se em passagens horizontais, aparecendo diversas numa mesma área. Contudo, existem cavernas verticais. Essas passagens verticais são os pontos ativos de águas subterrâneas, escavados na pedra calcária. Eormam-se assim fendas cilíndricas, que podem atingir profundezas de cem metros ou mais. O colapso do teto de uma caverna produz uma depressão na superfície. Essas depressões são tipicamente circulates, com dez a vinte metros de profundidade e, com frequência, com um diâmetro do cem metros. Quando o nível da água baixa, as cavernas, assim livres da água, tornam-se acessíveis. Devido à água que respinga do teto das cavernas e se evapora, o mineral em suspensão forma as estalactites, que vão descendo dos tetos das cavernas. As colunas que se vão elevando do chão de uma caverna, formadas pela água que pinga, são chamadas estalagmites. Quando uma estalactite e uma estalagmite, finalmente, juntam-se, forma-se uma coluna que liga o chão ao teto da caverna. A abundância de pedra calcária, em Israel e em torno do rio Jordão, cujo vale se forma, principalmente, de maciços leitos de pedra calcária e de dolomita, com algum giz, que já é material mais mole, resulta em grande quantidade de cavernas, naquela região. Cavernas nas Escrituras. A primeira menção a uma caverna, na Biblia, é àquela onde se esconderam Ló e suas duas filhas, após a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.30). Além dessa, temos a caverna de Macpela, no campo de Efrom, que foi comprada por Abraão, e onde ele sepultou Sara. Posteriormente, o próprio Abraão, Isaque, Rebeca, Lia e Jacó foram ali sepultados (Gn 49.32 e 60.13). O local, na atualidade, é conspicuamente assinalado por uma mesquita muçulmana. Não se sabe da localização da caverna de Maquedá, onde se ocultaram cinco reis dos amorreus, após terem sido derrotados por Josué (Js 10.16,27). Também havia cavernas artificiais escavadas por diversas razões (Jó 6.2). A maior parte dessas cavernas artificiais eram usadas como sepulcros. Obadias escondeu cem profetas do Senhor em uma caverna, a fim de protegê-los (lRs 18.4). Em Horebe havia uma caverna, usada por Elias (lRs 19.8), cuja localização nos é desconhecida. Cavernas usadas como habitações são mencionadas em Números 24.21; Cantares 2.14 e Jeremias 49.16. As cavernas também eram usadas como sepulcros, conforme já vimos. Ver também João 11. 38; Mateus 20.60. As cavernas eram lugares de refúgio (Jz 6.2; ISm 14.1) e de habitação (Hb 11.38; que provavelmente também inclui a ideia de refúgio). Também eram utilizadas como prisões (Is 24.22 e Zc 9.11). Em tempos modernos, as cavernas servem de pontos de atração turística, porquanto algumas delas oferecem uma visão espetacular. (FAl S)