Veículo puxado por bois (2 Sm 6.3), que deve distinguir-se dos carros de guerra, tirados por cavalos. Eram abertos, ou cobertos, e serviam para levar pessoas, cargas, ou produtos. Com efeito, ainda que a maneira comum de viajar no oriente seja em palanquim ou a cavalo, empregavam-se contudo, também os carros. Eram grosseiros veículos, em fortes rodas, puxados por bois. Segundo a sua representação nos monumentos, eram usados para levar os frutos dos campos, e transportar mulheres e crianças nas suas viagens. José mandou carros a fim de que seu pai e família fossem conduzidos, juntamente com os bens da casa, para o Egito (Gn 45.19, 21,27 - 46.5). Quando se celebrou a dedicação do tabernáculo, as ofertas dos ‘príncipes’, isto é, dos principais personagens, foram levadas em seis carros, sendo cada um puxado por uma junta de bois (Nm 7.3, 6, 7).
===== CARRO No hebraico, agalah, “vagão”, vocábulo que aparece no Antigo Testamento por 25 vezes (para exemplificar: ISm 6.7-14; 7.3; Is 5.18; Gn 45.19,21,27; Nm 7.3,6,7). Essa palavra denota qualquer veículo que se movia sobre rodas e era puxado por animais. Cada contexto deve determinar o tipo de carro envolvido. Por exemplo, Faraó enviou carros para transportar para o Egito a família de Jacó e seus bens (Gn 46.5). E, por ocasiào da entrega das ofertas dos príncipes de Israel, quando da dedicação do altar, essas ofertas foram trazidas em seis carros cobertos, cada qual puxado por dois bois (Nm 7.3,6,7). Quando Davi tentou trazer a arca de Deus desde Quiriate-Jearim, esta foi transportada em um carro novo. Nessa oportunidade, Uzá, um dos dois homens que guiava o carro, foi morto pelo Senhor, quando se atreveu a pôr a mão sobre a mesma, ao pensar que a arca poderia tombar no chão, visto que os animais haviam tropeçado (lCr 13.7 ss.). E a arca terminou ficando na casa de Obede-E- dom por três meses; e ele e sua família foram abençoados pelo Senhor, por causa disso. Em ISamuel 6.7, há carros mencionados usados para remoção da arca e de outros utensílios sagrados, puxados por dois bois. Carros comuns eram usados para transportar produtos agrícolas (Am 2.13). A arqueologia mostra-nos que os carros eram comuns desde o alvorecer da história humana. Eram conhecidos na Babilônia e no Egito (Gn 45.19-21; 46.5). Nos dias dos Juizes, em Israel, eram usados carros nas principais estradas das regiões montanhosas, para transportar toda espécie de coisas (ISm 6.1-12). Normalmente, eram puxados por dois bois ou por dois cavalos (Nm 7.3-8; ISm 6.10). Pessoas e coisas eram transportadas em carros (Gn 45.19). Os carros maiores tinham dois condutores (lCr 13.7). Usualmente eram fabricados de madeira, pelo que podiam ser desmantelados e queimados (ISm 6.14; SI 46.9). As rodas eram feitas sólidas ou munidas de raios, e algumas vezes, eram munidas com cambotas de metal (Is 28.27,28). Nos baixos relevos do Egito e da Assíria encontram-se boas representações dessas rodas. Também havia carros militares, para transporte de equipamentos ou comestíveis (Is 28.27,28; SI 46.9). Uso figurado. Há aqueles que puxam o pecado como com tirantes de carro (Is 5.18), o que indica que alguns homens escravizam-se ao pecado como se fossem carros sobrecarregados de cargas. Ou então está em foco o pecador, vergado sob as pesadas cargas de seus vícios. (G HA SUN)
==== CARROS DO SOL Essa expressão aparece em 2Reis 23.11, indicando aqueles carros que Josias queimou, entre outras medidas purificado- ras que tomou, quando de suas reformas religiosas em Judá. Vários versículos do Antigo Testamento informam-nos sobre a adoração ao sol, prestada por vários povos nos tempos antigos (Êx 24.24; Lv 26.30; 2Cr 14.5; 34.4; Is 17.8; 27.9; Ez 6.4,6). Um dos objetos usados nesse culto era precisamente o carro do sol (2Cr 24.4,7). Também havia os cavalos dedicados à adoração ao sol, os quais puxavam os carros (2Rs 23.11). Zinjirli, nas inscrições aramaicas do século VIII a.C., aparentemente era o cocheiro do deus sol Shamash. A arqueologia tem mostrado quão generalizada era essa adoração ao sol, porquanto existia entre os assírios, entre os cananeus e entre os judeus. Até mesmo nos primeiros tempos da Roma imperial esse culto era popular. Uma das cerimônias incluía o lançamento de quatro cavalos ao mar, por ocasião da festividade anual em honra ao sol. Um outro ato comum, nessa adoração, era o costume dos reis e nobres envolverem-se na mesma. Eles levantavam-se antes da aurora e partiam em seus carros de guerra na direção do oriente, ao encontro do sol que surgia no horizonte. Essa jornada era efetuada em carros dedicados ao sol.