Os monumentos da Assíria apresentam os seus monarcas em perseguição da caça. A vida patriarcal era mais a do possuidor de rebanhos do que a de caçador - mas Ninrode (Gn 10.9) e Esaú (Gn 25.27) são considerados caçadores de fama. Parece que a Palestina tinha animais ferozes em abundância quando os hebreus a conquistaram (Jz 14.5 - 1 Sm 17.34). As feras e as aves eram apanhadas com armadilhas, ratoeiras, laços e redes - e a prática destes atos era bastante familiar, daí usar-se a respectiva linguagem figurada (Js 23.13 - Jó 18.10 - Jr 5.26). O rei da Assíria Ashurbanasipal gaba-se de ter matado 450 grandes leões e de ter pego em vida mais de 20. Monumentos no Palácio prova tais feitos.
==== No hebraico, tsayid, “caça". Esse vocábulo aparece por dezenove vezes com esse sentido. Por exemplo: Gênesis 25.28; 27.5,7,19,25,31,33. Uma variante, tsedah, que tem o mesmo significado, aparece por nove vezes (por exemplo:, em Gn 27.3; Êx 12.39; Js 1.11; 9.11; ISm 22.10). Qualquer tipo de caça é referido pelas palavras hebraicas acima, embora, usualmente, esteja em foco alguma caça da família do veado. Os hebreus não caçavam por puro esporte, conforme faziam outros povos do Oriente Próximo e Médio. Antes, abatiam predadores e animais para consumo. Contudo, houve caçadores bem conhecidos, como Ismael (Gn 21.20) e Esaú (Gn 25.27) . Os israelitas caçavam vários tipos de aves, como a perdiz, e de quadrúpedes, como a gazela, a corça e o veado. Por raras vezes o Antigo Testamento menciona essa atividade da caça. O Novo Testamento nunca a menciona. As comunidades nômades e rurais, em alguns lugares, dependiam (e continuam dependendo) muito da caça, para obter alimentos. Porém, o povo de Israel era uma nação essencialmente agrícola, que provia para suas necessidades alimentares mediante o cultivo de cereais e legumes ou mediante a criação de animais domésticos. O termo "caçador" foi aplicado a Ninrode, o fundador de Babel e de outras cidades do vale da Mesopotamia (Gn 10.9). Os babilônios caçaram por mero esporte, capturando até mesmo leões, montados em cavalos e usando lanças. Muitos leões assim capturados tornavam-se animais de estimação ou eram usados para rechear zoológicos particulares. As referências do Antigo Testamento vinculadas à matança de animais, giram mais em torno da ideia de proteção dos rebanhos (Jz 14.5,6; ISm 17.34-36), nada tendo a ver com a caça como um esporte. Visto que certos animais selvagens podiam ser consumidos, de acordo com as leis dietéticas de Israel, é possível que alguma caça fosse efetuada com essa finalidade (Lv 17.13; Dt 14.5). As armas empregadas na caça eram o arco e a flecha (Gn 27.3) , as redes para apanhar aves e peixes (Pv 1.71; Ec 9.12), as armadilhas (Am 3.5), e os fossos (SI 35.17). A Questão Moral Envolvida na Caça. Os babilônios, os egípcios e os assírios caçavam por puro esporte. Muitas descobertas arqueológicas confirmam isso. No mundo moderno, a caça, quando é permitida, só cobre certos períodos do ano, e está sujeita a vários regulamentos e proibições. Os homens podem ter ótimas residências, dois automóveis, dinheiro na poupança, mas eles gostam de sair à caça, ou para conseguir alimentos diferentes, ou por puro esporte, quase sempre por esta última razão. A caça pode ser justificada sobre bases morais? Ver o artigo sobre os Animais. Uma das razões que justificam a caça é quando uma dada região não consegue sustentar um maior número de animais selvagens do que aquele que é mantido mediante a caça e a captura, por não haver alimento necessário para tantos. Todavia, é errado matar, até mesmo animais, por simples diversão. Ensinei meus três filhos homens a não infligirem qualquer dor desnecessária, mesmo entre os animais irracionais.