Um túmulo localizado em Jerusalém vem sendo estudado por cientistas há três décadas. Ele apresenta indícios que confirmam a fé na Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo professada já no primeiro século de nossa era, quiçá antes mesmo da redação dos Evangelhos. Os indícios remontariam a antes mesmo da destruição da cidade pelas legiões romanas e a dispersão dos judeus. Assim o afirmou o grupo de arqueólogos e especialistas em assuntos religiosos que no fim de fevereiro de 2012 apresentou em Nova York as conclusões da exaustiva pesquisa. “Até agora me parecia impossível que tivessem aparecido túmulos desse tempo com provas confiáveis da ressurreição de Jesus ou com imagens do profeta Jonas, mas essas evidências são claras”, afirmou à Agência Efe o professor James Tabor, diretor do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte e um dos responsáveis pela pesquisa. O referido túmulo foi descoberto em 1981, durante a construção de um prédio no bairro de Talpiot, situado a menos de quatro quilômetros da Cidade Antiga de Jerusalém. Ao lado de Rami Arav, professor de Arqueologia da Universidade de Nebraska, e do cineasta canadense de origem judaica Simcha Jacobovici, Tabor conseguiu uma permissão da Autoridade de Antiguidades de Israel para escavar o local entre 2009 e 2010. Em um dos ossuários encontrados – que os especialistas situam em torno do ano 60 d.C. – pode-se ver a imagem de um grande peixe com uma figura humana na boca. Segundo os pesquisadores, representaria um fato bíblico da vida do profeta Jonas. O episódio em que uma baleia engoliu o profeta Jonas após um naufrágio e o depositou numa praia foi empregado por nosso Senhor Jesus Cristo como prefigura de sua Morte e Ressurreição. A tumba fica a 20 metros de profundidade, mas religiosos ortodoxos judaicos não permitiam a escavação, fato pelo qual as autoridades políticas selaram a tumba. Tabor e Rami Arav conseguiram um braço robótico equipado com uma câmera para fotografar o subterrâneo através de um respiradouro do mesmo. Se as inscrições nos ossuários forem de fato cristãs, como acreditam os pesquisadores, essas gravuras constituem o mais antigo registro arqueológico do cristianismo já encontrado. Lê-se num dos ossuários em grego antigo: “Divino Jeová, levanta-me, levanta-me”, ou “Divino Jeová, levanta-me até o Lugar Sagrado”, orações que professam a fé católica na ressurreição, no fim dos tempos. “Essa inscrição tem algo a ver com a ressurreição dos mortos ou é uma expressão da fé na Ressurreição de Jesus”, disse Tabor. “Uma declaração sobre a ressurreição em uma tumba judaica desse período seria impossível”, acrescentou. “A Preliminary Report of a Robotic Camera, James D Tabor”.