De acordo com as leis mosaicas, o corpo deve ser sepultado logo que for possível, de preferência no mesmo dia da morte e, também, enquanto houver luz natural: Seu cadáver não poderá permanecer ali durante a noite, mas tu o sepultarás no mesmo dia (Deuteronômio 21:23). Enquanto o morto permanecer insepulto, a sua alma não ficará em repouso. Ela só descansará quando o corpo for enterrado. Portanto, adiar o sepultamento, sem motivo justo, é um desrespeito ao morto e uma interferência nos planos do Criador. O enterro é postergado nas seguintes ocasiões: 1. quando alguém morre no Yom Kipur (o Dia do Perdão); e 2. quando a morte ocorre em uma sexta-feira à noite, início do Shabat (o Dia do Descanso Semanal). No primeiro caso, o enterro é realizado no dia seguinte. E, no segundo caso, o sepultamento só ocorre no anoitecer do sábado, ou quando surge a primeira estrela no céu. Excetuando-se essas duas ocasiões, tolera-se adiar o enterro, ainda, quando se aguarda a chegada de parentes que estão distantes; ou quando os familiares transportam o corpo para ser enterrado em Israel. Segundo a Torá (os cinco livros que contêm, entre outros, a compilação do judaísmo: os relatos sobre a criação do mundo e a origem da humanidade; o pacto de D’us com Abraão e seus filhos; a libertação dos filhos de Israel do Egito; a peregrinação de quarenta anos pelo deserto, até a Terra Prometida; os mandamentos e as leis que D’us entregou a Moisés), quando Jacob recebeu a falsa notícia de que seu filho, José, havia sido devorado por uma fera, reagiu rasgando as vestes (Gênesis 37:34). Davi rasgou suas roupas, também, quando foi informado sobre a morte do Rei Saul e do seu filho, Jonathan.. Durante o desenrolar desse ritual, recita-se a benção Baruch Dayan Emet (Bendito seja o verdadeiro Juiz) em uma demonstração de que, apesar da tragédia, a crença em D’us continua inabalável. Na saída do cemitério há um lavatório, onde os judeus, segundo a tradição, têm que lavar as mãos depois dos sepultamentos (netilat iadaim). De acordo com a crença hebréia, ao se lavar as mãos e a água permanecer cristalina, significa que a pessoa não derramou o sangue do falecido.